PRÓXIMA 2A. FEIRA - 20:30HS NO REINO DE JUNA BOMY, FAREMOS UMA BONITA FESTA AOS NOSSOS BONDOSOS, PACIENTES, HUMILDES E SÁBIOS VOVÔS, VOVÓS, PAI, MÃE, TIO, TIA, OU TRABALHADOR DA LUZ, QUE CHEGAM NA NOSSA CASA DE CARIDADE PARA ILUMINAR A MENTE E O CORAÇÃO DE TODOS. CONFORTANDO OS CORAÇÕES E OS PÉS CANSADOS DE CAMINHAR COM SEUS ENSINAMENTOS, COM SUAS PALAVRAS SIMPLES, MOSTRANDO O CAMINHO MAIS SUAVE, AQUELE QUE NOSSOS OLHOS HUMANOS NÃO VÊ! ELES NOS TRAZEM TUDO DE BOM, ENSINAMENTOS MILENARES, SAÚDE E MUITO AXÉ! E NÓS VAMOS LHES OFERECER CARINHO, GRATIDÃO E TUDO O QUE ELES GOSTAM DE VER NOS "FIOS"..... (SAIBAM UM POUCO MAIS NO TEXTO A SEGUIR)
PRETOS VELHOS
Os Pretos e Pretas Velhas, na Umbanda, são entidades
elevadas que se apresentam estereotipados como anciãos negros
conhecedores profundos da magia Divina, da manipulação de ervas. São
excelente mandingueiros, mestres dos elementos da natureza, os quais
utilizam em seus benzimentos e trabalhos espirituais.
Crê-se
que em referência à dor e aflição sofrida pelo povo negro durante a
escravidão, a linha de preto velho reflita a humildade, a sabedoria, a
paciência e a perseverança. Não necessariamente todos foram escravos.
Sua sabedoria e humildade são caracteristicas marcantes e sua calma e
ensinamentos
são profundos. Apresentam-se na Umbanda sentados em seus
banquinhos atendendo seus “fios e fias” com uma linguagem simples porém
sábias. A caracteristica principal desta linha é a sua elevada
orientação espiritual.
Àqueles
que os procuram oferecem conselhos, orientação espiritual; receitam
tratamentos caseiros, banhos de ervas, chás, entre outros, para os males
do corpo e do espirito
Utilizam
vários elementos nos seus trabalhos como o cachimbo, cigarros de palha
(que usam como defumadores, para limpeza espiritual) e ervas.
A
Linha de Pretos velhos na Umbanda é regida pelo mistério Ancião, na
força do Orixá Obaluaê que é o Orixa sustentador da evolução, da
transmutação e transformação dos seres. Mas os Pretos Velhos também se
apresentam dentro da linha de outros Orixás.
Em
sua linha de atuação eles se apresentam com nomes que individualizam
sua atuação, conforme o seu Orixá regente, conforme acontecia na época
da escravidão, onde os negros eram nominados de acordo com a região de
onde vieram, por exemplo:
- Congo - (Pai Francisco do Congo), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Iansã;
- Aruanda - (Pai Francisco de Aruanda), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Oxalá. (Aruanda quer dizer céu);
- D´Angola - (Pai Francisco D´Angola), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Ogum;
- Matas - (Pai Francisco das Matas), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Oxóssi;
- Calunga, Cemitério ou das Almas - (Pai Francisco da Calunga, Pai Francisco do Cemitério ou Pai Francisco das Almas), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Omolu/ Obaluayê;
DIA DA SEMANA: Segunda-feira
LINHAS DE TRABALHO: Evolução, transmutação e transformação.
COR: Preto e Branco.
ELEMENTOS DE TRABALHO:
- Ervas (alecrim, arruda, guiné, manjericão, boldo, folha de fumo, louro, manjerona, sálvia, quebra demanda, levante);
- Palha da costa, Cruzes de madeira, pipocas, pembra branca, terços de lágrimas de Nossa senhora.
- Fumo;
PEDRAS: Turmalinas negras, cristal, ônix branco ou preto e quartzo branco.
COMIDAS:
- Bolo de milho, pamonha, cural.
- Pipoca;
- Bolo de fubá;
- Tutu de feijão;
- Mandioca frita;
- Batata doce;
- Doce de abóbora;
- Rapadura.
BEBIDAS
- Café sem açucar;
- Aguardente
FRUTAS: Coco seco, uva italia, melão, pêra, pinha.
FLORES: Crisântemo branco, rosa branca, margarida, azaléia branca.
VELAS: Branca; branca e preta; roxo, lilás, violeta.
Preto velho na Cultura Brasileira e na Umbanda
Por Alexandre Cumino
Pai
Antonio foi o primeiro preto-velho a se manifestar na Religião de
Umbanda em seu médium Zélio Fernandino de Morais onde se estabeleceu
a Tenda Nossa Senhora da Piedade. Assim, ele abriu esta “linha” para
nossa religião, introduzindo o uso do cachimbo, guias e o culto aos
Orixás.
O
“Preto-velho” está ligado à cultura religiosa Afro Brasileira em geral e
à Umbanda de forma específica, pois dentro da Religião Umbandista
este termo identifica um dos elementos formadores de sua liturgia,
representa uma “linha de trabalho”, uma “falange de espíritos”, todo
um grupo de mentores espirituais que se apresentam como negros
anciões, ex-escravos, conhecedores dos Orixás Africanos.
São
trabalhadores da espiritualidade, com características próprias e
coletivas, que valorizam o grupo em detrimento do ego pessoal, ou
seja, são simplesmente pretos e pretas velhas com Pai João e Vó Maria,
por exemplo.
Milhares
de Pais João e de Avós Maria, o que mostra um trabalho despersonalizado
do elemento individual valorizando o elemento coletivo identificado
pelo termo genérico “preto-velho”. Muitos até dizem “nem tão preto e
nem tão velho” ainda assim “preto velho fulano de tal”. A falta de
informação é a mãe do preconceito, e, no caso do “preto-velho”,
muitos que são leigos da cultura religiosa Umbandista ou de origem
africana desconhecem valor do “preto-velho” dentro das mesmas.
Preto é
Cor e Negro é Raça, logo o termo “preto-velho” torna-se
característico e com sentido apenas dentro de um contexto, já que
fora de tal contexto o termo de uso amplo e irrestrito seria “Negro
Velho”, “Negro Ancião” ou ainda “Negro de idade avançada” para
identificar o homem da raça negra que encontra-se já na “terceira
idade” (a melhor idade). Por conta disso alguns sentem-se
desconfortáveis em utilizar um termo que à primeira vista pode
parecer desrespeitoso ao citar um amável senhor negro, já com suas
madeixas brancas, cachimbo e sorriso fácil, por trás do olhar de homem
sofrido, que na humildade da subjugação forçada e escrava encontrou a
liberdade do espírito sobre a alma, através da sabedoria vinda da Mãe
África, na figura de nossos Orixás, vindo de encontro à imagem e
resignação de nosso senhor Jesus Cristo.
Alguns
preferem chamá-los apenas de “Pais Velhos” o que é bonito ao ressaltar a
paternidade, mas ao mesmo tempo oculta a raça que no caso é motivo de
orgulho. São eles que souberam passar por uma vida de escravidão com
honra e nobreza de caráter, mais um motivo de orgulho em se
auto-afirmar “nêgo véio” e ex-escravo; talvez assim se mantenham para
que nunca nos esqueçamos que em qualquer situação temos ainda
oportunidade de evoluir. Quanto mais adversa maior a oportunidade de
dar o testemunho de nossa fé.
O
“preto-velho” é um ícone da Umbanda, resumindo em si boa parte da
filosofia umbandista. Assim, os espíritos desencarnados de
ex-escravos se identificam e muitos outros que não foram escravos,
nesta condição, assim se apresentam também em homenagem a eles,
por tê-los como Mestres no astral.
No
imaginário popular, por falta de informação ou por má fé de alguns
formadores de opinião, a imagem do “preto-velho” pode estar associada
por alguns a uma visão preconceituosa, há ainda os que se assustam “com
estas coisas” pois não sabem que a Umbanda é uma religião e como tal
tem a única proposta de nos religar a Deus, manifestando o espírito
para a caridade e desenvolvendo o sentimento de amor ao próximo.
Não existe uma Umbanda “boa” e uma Umbanda “ruim”, existe sim única e
exclusivamente uma única Umbanda que faz o bem, caso contrário não é
Umbanda e assim é com os “Preto-velhos”, todos fazem o bem sem olhar a
quem, caso contrário não é de fato um “preto-velho”, pode ser alguém
disfarçado de “velho-negro”, o “preto velho” trabalha única e
exclusivamente para a caridade espiritual.
São
espíritos que se apresentam desta forma e que sabem que em essência não
temos raça nem cor, a cada encarnação, temos uma experiência
diferente. Os pretos velhos trazem consigo o “mistério ancião”, pois não
basta ter a forma de um velho, antes, precisam ser espíritos
amadurecidos e reconhecidos como irmãos mais velhos na senda evolutiva.
Quanto
menos valor se dá a forma, mais valor se dá à mensagem, e “preto-velho”
fala devagar, bem baixinho; quando assim se pronuncia, todos se
aquietam para ouví-lo, parece-nos ouvir na língua Yorubá a palavra
“Atotô”, saudação a Obaluayê que quer dizer exatamente isso:
“silêncio”.
Nas
culturas antigas o “velho” era sempre respeitado e ouvido como fonte
viva do conhecimento ancestral. Hoje ainda vemos este costume nas
culturas indígenas e ciganas. Algumas tradições religiosas mantêm esta
postura frente o sacerdote mais velho, trata-se de uma herança
cultural religiosa tão antiga quanto nossa memória ou nossa história
pode ir buscar, tão antigos também são alguns dos pretos velhos que se
manifestam na Umbanda.
Muitos já
estão fora do ciclo reencarnacionista, estão libertos do karma, já
desvendaram o manto da ilusão da carne que nos cobre com paixões e
apegos que inexoravelmente ficarão para trás no caminho evolutivo.
Por tudo
isso e muito mais, no dia 13 de Maio, dia da libertação dos escravos eu
os saúdo: “Salve os Pretos Velhos! Salve as Pretas Velhas! Adorei as
Almas! Salve nosso Amado Pai Obaluayê, Atotô meu Pai! Salve nossa Amada
Mãe Nanã Buroquê, Saluba Nana!”