Caboclo
Tupinambá é um espírito singular que personifica como poucos o Orixá ao
qual pertence e representa (Oxóssi). De humor constante e inabalável, é
firme e combativo sem deixar de ser alegre e carinhoso. Sábio, seguro,
paciente e carismático, está presente em quase todas as boas casas de
Umbanda do Brasil. Ou como ele mesmo diz, Tupinambá é como o bambú:
forte e flexível, sabe se vergar e por isso não pode ser quebrado.
Eu
tenho a honra de trabalhar com ele,
e assim já se vão vinte anos de parceria e confiança com esse maravilhoso Caboclo, que é meu Pai de Cabeça*. Com ele aprendi tantas coisas que hoje não sei mais separar sua influência em minha ideologia, meus princípios e até mesmo em minha personalidade. É assim na Umbanda, a gente vai se misturando se misturando e quando vemos, graças a Deus, já não somos mais a mesma pessoa. Sua maneira de pensar é extremamente otimista e para ele tudo sempre tem uma perspectiva positiva. Tupinambá ensina que a vida é como um rio, e como tal é viva e nunca pára. Ele nos mostra que quando deprimimos, quando estamos desacreditados em relação à vida, é porque somente estamos desligados de seu fluxo. Basta voltar ao rio e a renovação ocorrerá quando menos percebemos.
e assim já se vão vinte anos de parceria e confiança com esse maravilhoso Caboclo, que é meu Pai de Cabeça*. Com ele aprendi tantas coisas que hoje não sei mais separar sua influência em minha ideologia, meus princípios e até mesmo em minha personalidade. É assim na Umbanda, a gente vai se misturando se misturando e quando vemos, graças a Deus, já não somos mais a mesma pessoa. Sua maneira de pensar é extremamente otimista e para ele tudo sempre tem uma perspectiva positiva. Tupinambá ensina que a vida é como um rio, e como tal é viva e nunca pára. Ele nos mostra que quando deprimimos, quando estamos desacreditados em relação à vida, é porque somente estamos desligados de seu fluxo. Basta voltar ao rio e a renovação ocorrerá quando menos percebemos.
A
falange de Sr Tupinambá é imensa, o que não é de se estranhar se
considerarmos o contigente de indivíduos dessa nação indígena que
estiveram encarnados no Brasil do século XVI (cujo tronco ocupava quase todo o litoral do país).
E é essa grandeza que faz essa linha de Umbanda ser tão respeitada,
seja pelos amigos, seja pelos inimigos. Conhecidos por sua
potencialidade guerreira, os Caboclos Tupinambás, ironicamente,
conseguem como poucos evitar a guerra aberta contra falanges negativas,
pois ninguém quer, senão em último caso, desafiar um povo tão forte,
quantitativo e aguerrido. Assim, por seu próprio potencial de "vencer
demanda", essa linha de Oxóssi é muito requisitada para alcançar as
soluções "diplomáticas" que evitam o embate direto com o baixo astral. E
ainda que isso eventualmente não se faça possível, eles estarão lá com
seus valentes guerreiros para garantir a vitória do bem sobre o mal no
plano astral brasileiro.
A
energia desses Caboclos, quando chamados nos terreiros, é intensa e
muito agradável. É tão vibrante a presença deles que quando seu ponto é
cantado é comum ver vários médiuns incorporem ao mesmo tempo. O chacra
cardíaco se expande e se agita fortemente, fazendo o médium postar-se de
forma bastante altiva ao final da corimba*. Aliás, a corimba é outra de
suas características distintivas, marcada por uma sessão de giros
continuados que, se são muitos, ao final não deixam qualquer tontura no
médium.
O
espírito que, especificamente, tomou-me como cavalo, tem como principal
roupagem essa que aparece na ilustração acima, feita na prancheta da
talentosa filha de Iansã no TPM, Fran Falsoni*. Penacho
predominantemente alaranjado de penas longas e brilhantes, colar de
ossos, braçadeiras de corda natural e uma pele de onça sobre as costas.
Corpo alto e atlético, cabelos longos e um grande alargador de orelha
feito de bambu. Assim ele se apresenta normalmente, mas em ocasiões
festivas usa um cocar enorme que vai até os pés e pode ser verde,
alaranjado ou colorido. Já quando está em trabalho propriamente dito,
sua indumentária muda completamente, assim como suas feições ficam mais
marcadas e rústicas. Nessas situações sua fala fica mais difícil de ser
compreendida (predominando o tupi guarani sobre o português), surgem
mais adereços no rosto, em especial um grande osso atravessando o nariz,
além de pinturas pelo corpo. Por fim, a outra forma de apresentação que
conheço dele (e, sinceramente, não faço questão de que ele a use...) é
quando está em guerra (demanda). Aí é o seguinte: uma pena preta na
cabeça, um grosso traço de tinta preta sob os olhos, dobro de tamanho,
as armas e nada mais.
Sr.
Tupinambá está sempre acompanhado, seja por seus guerreiros, suas
crianças, suas caboclas curadoras ou pelos velhos pajés feiticeiros da
tribo. São incontáveis trabalhadores espirituais que permitem que essa
linha seja eficiente em quaisquer tipos de trabalhos (demanda, cura, energização, equilibrio, psicologia...).
E não posso deixar de mencionar seus inseparáveis animais: as jibóias,
as onças e os javalis. Sempre com ele os dois primeiros, fazem um
trabalho único e precioso. As cobras limpam a sujeira do perispírito das
pessoas e do ambiente da gira, as onças protegem e combatem o que é
mais grosseiro e animalizado. Javalis são chamados quando o buraco é
mais embaixo.
A
quem conhece Caboclo Tupinambá espero ter colaborado com um pouco mais
dessa entidade tão conhecida e importante da corrente astral de Umbanda.
A quem não o conhece ainda, e estiver a precisar de força, proteção,
alegria ou de uma simples sensação de paz e bem estar, experimente
cantar assim: "Estava na beira do rio sem poder atravessar, chamei
pelo Caboclo, Caboclo Tupinambá...Tupinambá chamei, chamei tornei
chamar, êah". Se pode tornar a chamá-lo, mas precisar não precisa. Com certeza ele já estará presente.
Se Caboclo Tupinambá pudesse ser definido em uma frase, seria essa:
"Grande Pai Caçador de Almas".
Abraço Fraterno a todos, e Saravá!
Lenda
No
meio de uma caçada na matas, Tupinambá, levou uma pancada na cabeça não
se sabe o que foi, ele ficou desacordado por muito tempo.
Estendido
no chão os insetos começaram a picar-lhe e isso fez com que levantasse
um mau cheiro atraindo mais animais, um desses animais feroz, foi direto
atacar o corpo do índio,quando para surpresa do animal,uma serpente
pulou em cima desse animal, no meio dessa gritaria entre a cobra e o
animal, o índio acordou assustado, e logo pegou sua faca que carregava
na cintura, e atacou o animal, matando-o.
Rapidamente
ele e a serpente se afastaram um do outro, mas sem tirar o olhar um do
outro, então ele começou a caminhar de um lado e ela do outro, ele
estava com medo que a cobra desse o bote, e ela com medo dele matar ela,
isso dourou horas de caminhada, ate que ele começou a perceber que ela o
ajudava a caçar.
Quando
ele sentia perigo, por algum motivo, a serpente ia à frente dele,
servindo de isca, e quando o animal ia atacar a cobra, ele matava-o.
Eles começaram a ficar tão próximos um do outro, que ele carregava ela
no braço, como se fosse um bracelete.
Por
ter ficado muito tempo desacordado, Tupinambá, se perdeu nas matas,
pois os matos cresceram e as marcas deixadas por ele desapareceram,
enquanto eles andavam no meio da mata procurando a saída, a serpente o
levou até a morada das cobras, e La elas ensinaram o segredo delas, e as
magias para salvar, e nisso elas subiram no corpo dele, curando as
feridas, causadas pelos insetos, ele passou a conviver com elas, até que
um dia ele se surpreendeu com um ataque da cobra coral, isso
aconteceram várias vezes, ela tinha ciúmes dele com as outras cobras,
isso foi criando rincha entre os dois. Para provocar a coral, o índio a
imitava, até nessa brincadeira ela atacou ele, e acabou matando ela,
então ele catou o couro dela e colocou na testa dele, simbolizando ele.
Quando
as serpente viram, elas aceitaram, mas as outras coral, não e
permaneceu a rincha entre eles. Nisso a serpente foi mostrando para ele
as sete matas, ele começou a conhecer as matas como a palma da mão, cada
mata tinha seus segredos, as pessoas olham as matas e pensam que a mata
é uma só por ser muito grande, mas não, ela é dividida em várias
partes, até chegar ao centro da mata vigem, e de tanto eles andarem para
lá e para cá, que ele começou a se se lembrar do caminho de sua aldeia,
a alegria dele era imensa.
Más
para a sua tristeza durante o tempo que ele ficou perdido nas matas, a
aldeia dele foi invadida por caçadores, e queimada, matando a mãe dele,
antes disso eles usaram e abusaram da mãe dele, e o resto de sua família
foi embora dali, com o povo da aldeia, Ele não quis ir atrás deles,
preferiu ficar ali, com a sua mais nova amiga, a serpente, já que ela
não desgrudava dele. Ali ele montou uma cabana para eles,permanecendo
sozinho por pouco tempo,pois assim que as índias viram aquele índio tão
bonito,sozinho, quiseram fazer parte daquela mini aldeia,e isso fez com
que atraíssem mais índios,formando famílias,Tupinambá se tornou um índio
muito triste de poucas palavras,sem perceber aquela mini aldeia se
tornou uma grande aldeia,toda as enfermidades que surgiam,eram eles que
preparavam os remédios e curavam as pessoas.O carinho entre o índio e a
cobra,fez com que eles conseguissem se comunicar pelo pensamento,e nisso
ele sentiu quando ela nomeou ele como Tupinambá das sete matas,pois é o
único índio que conhece as sete matas e os segredos dela,muito
emocionado ao sentir essa vibração de amor e carinho,ele fez uma reunião
entre o povo dele e passar essa homenagem para o seu povo.
Com
o passar do tempo, a idade foi chegando e a tristeza aumentado, ele
sentiu que iria morrer preferiu não se despedir de ninguém então se
isolou na mata, sentando de baixo de uma árvore com a cobra grudada no
braço, e ficou ali com seus pensamento e a cobra, a sua morte não
demorou muito e chegou só que antes dele falecer a serpente faleceu
primeiro.
Depois
de muito tempo que estava falecido, ele encontrou seu amigo, que era
chefe da aldeia onde ele foi criado com muito amor e carinho, a alegria
dele nascia de novo, e passou a trabalhar com ele fazendo a caridades
nos templos de umbanda e centros espíritas. Vendo todo trabalho do
índio,como ele fazia caridade com amor,com a permissão de oxalá,ele
falou ao caboclo:
A
partir desse momento você vai ter sua própria linha de trabalho, pode
escolher sete espíritos, que você tem a permissão de oxalá, sem palavras
ele, falou da vida dele, na terra, sendo que o chefe dele já sabia
então ele falou que queria ir atrás do espírito da cobra que tanto o
ajudou. E eles foram,ao chegar lá, ele viu uma linda cabocla vindo ao
encontro deles,e ele sem entender nada,ela começou a explicar tudo.
A
serpente em vida foi uma linda cabocla, mas ainda jovem foi estuprada, e
jogada nas matas por caçadores, e com o corpo estendido no chão, todo
machucada, as cobras vendo aquele corpo todo ferido, começaram a passar
por cima, do corpo dela como os outros animais, e com a magia das cobras
elas curaram as feridas e do corpo dela e da alma, só que ela não
agüentou e acabou falecendo, mas o espírito dela preferiu ficar ali com
as cobras, pois durante o dia ela dançava e cantava para atrair os
homens, e levando eles, no meio da mata para ficarem perdidos e serem
comidos pelos animais, no mesmo jeito que ela foi isso ela fazia por
vingança.
Depois
ela voltava a ser cobra, Só que ela conheceu o índio, ele ensinou a ela
a amizade, o carinho e respeito, a fazendoela esquecer a vingança, que
ela trazia no coração dela, e quando ela faleceu sem eles saberem, ela
foi despertada do sofrimento, fazendo com que o espírito dela fosse por
um caminho de luz.
Ele
explicou a intenção dele, de fazer a caridade nos templos de umbanda, e
ela aceitou. Não são todas as pessoas que trabalha com o caboclo que
traz ela junto,a pessoa é escolhida por oxalá .Ela é uma cabocla de
descarrego,e ele é um caboclo de trabalho,quando ela vem na umbanda,ela
solta o brado dela ,ou seja o som de uma serpente demonstrando o amor
que ela sente por ele.
E
ele o piado da cobra coral demonstrando o desafio que ele teve com a
cobra coral por causa da serpente, que hoje traz o nome de Cabocla
Currupira.
- Essa história foi psicografada pelo espírito do caboclo Tupinambá das sete matas, ela foi registrada em cartório e a única dona dessa história é Telma Rosana